A tristeza dela é azul.
É azul com uma tonalidade roxa, e pigmentos verdes. Ela não
gosta de verde. Por isso está lá, na tristeza dela.
A tristeza dela deixa meu coração por um triz. E qualquer
nome não a descreve.
É como se todo mundo no universo tivesse resolvido cantar um
“blues”... é como se todas as cores da
aquarela fossem de repente uma só, é como se o outono chegasse permanentemente
com as árvores perdendo continuamente suas folhas... e flores.
A tristeza dela me comove. Suas lágrimas tem som e eu as
ouço contornando seu rosto sem rumo. E imagino minha mão tentando alcançar mas
não conseguindo e isso me angustia.
E quando a olho, e quando a escuto a única coisa que consigo
pensar é o que no mundo eu poderia fazer para impedir qualquer sofrimento,
inclusive os que possam vir a ser provocados por mim.
O bom de ter toda uma vida ainda pela frente é sempre
inventar um jeito de viver o sofrimento sabendo que ele não é, não
representa a vida toda. Tudo passa. A
tristeza dela é azul. Mas todas as cores vão continuar existindo. Depois do
outono continua vindo a primavera. Se
alguém te fizer mal eu vou atrás. E se eu te fizer mal, eu corro atrás. Te
amo... e ponto.