terça-feira, 7 de agosto de 2012

Que saco, a liberdade.

Eu sabia muito pouco. Nas verdade eu não sabia absolutamente nada. Não queria saber, mesmo. Qualquer afirmação que se pudesse fazer sobre o que eu sabia seria completamente leviana. O que é que a gente sabe realmente sobre liberdade?
Aonde a minha termina e a sua começa? A minha começa e a sua termina? Coisa que a gente aprende quando é criança, mas nem todo mundo.
E quando respeitar meu espaço não quer dizer necessariamente que sou individualista? Que saco ser socialista o tempo todo... às vezes só queria ser incorreta politicamente. Mas minha liberdade não me permite. Liberdade supõe responsabilidade, não dá pra descansar.  Olha pro lado, outro vai lá e faz, vamos beber uma cerveja.
Tenho um incomodo profundo com a invasão, ando pela rua vendo linhas tracejadas que não deveriam ser ultrapassadas - talvez algum desejo de continência mínima, porque a gente também tem que ser tão poroso, permeável. Saco de modernidade líquida.
Liberdade com limites, esse é o grande paradoxo que a gente se recusa terminante a viver, desde que o mundo é mundo. Ensinamentos de criança que viram mesquinharias, desimportâncias, ah, o som do celular tá baixo, me dá um tchu, nem tá fazendo barulho, me dá um tcha, vê se não enche. Que saco!
Esse negócio da gente ser livre cansa, é exaustivo, cada vez mais. Tá cada vez mais difícil não querer o tchu, tá cada vez mais impossível dar limite, me respeita, você não tá na sua casa, no lugar onde você pode fazer, na sua intimidade, o que te dá na telha. Minha mãe sempre me dizia: "Então, se fulana pular da ponte, você pula também?". Fulana, se você realmente quiser pular da ponte, não precisa me amarrar e carregar com você. Não quero, não sou obrigada. Pode ser? Por uma liberdade paradoxal...

Nenhum comentário:

Postar um comentário